Como a manufatura pode (e deve) aprender com a logística

Durante anos, logística e manufatura caminharam lado a lado, mas em ritmos diferentes.

A logística, pressionada por prazos cada vez mais curtos e clientes que exigem visibilidade total, tornou-se um laboratório de inovação: rastreamento de ponta a ponta, algoritmos de roteirização, integração de dados em tempo real e automação quase total das operações.

Enquanto isso, muitas fábricas ainda operam com processos rígidos, informações fragmentadas e pouca capacidade de resposta a mudanças. Essa diferença cria um paradoxo: mesmo com máquinas mais modernas e investimentos em automação, a manufatura frequentemente reage mais devagar do que a logística.

Mas essa realidade está mudando. E a mudança começa justamente ao importar da logística práticas que já provaram seu valor.

O que fez a logística sair na frente

A logística enfrentou um cenário de pressão constante antes da maioria dos setores. Globalização, marketplaces, e-commerce e consumidores impacientes exigiram soluções imediatas. O resultado foi uma evolução acelerada em alguns pilares:

  • Rastreabilidade absoluta
    Sistemas de tracking permitem acompanhar um contêiner que sai da Ásia e chega a um centro de distribuição no Brasil com precisão quase cirúrgica. Cada evento — embarque, desembarque, inspeção aduaneira — é registrado e compartilhado. Isso eliminou o “desconhecido” no transporte.
  • Previsibilidade orientada por dados
    Plataformas de visibilidade logística cruzam informações de tráfego, clima, restrições alfandegárias e performance de fornecedores para antecipar problemas antes que eles impactem a entrega. Não se trata apenas de monitorar, mas de prever.
  • Integração em rede
    Transportadoras, operadores logísticos, fornecedores e clientes passaram a trabalhar num ecossistema conectado. Um atraso em um ponto da cadeia gera alertas automáticos para todos os envolvidos, permitindo ajustes imediatos.
  • Automação como norma
    Tarefas repetitivas foram eliminadas. Emissão automática de documentos, conferência por leitura de código de barras e atualizações em tempo real tornaram os processos mais rápidos e menos sujeitos a falhas humanas.

Essas mudanças criaram não apenas eficiência, mas também resiliência. A logística aprendeu a operar em ambientes incertos sem perder controle — algo que a manufatura precisa incorporar com urgência.

A defasagem da manufatura

Em muitas fábricas, a realidade ainda é outra. Planejamentos baseados em lotes fixos, ajustes manuais em planilhas e comunicação fragmentada entre setores ainda predominam. Quando ocorre uma quebra de máquina, um atraso de matéria-prima ou uma mudança de prioridade, a reação é lenta.

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É comum ouvir no chão de fábrica frases como: “Só descobrimos que o pedido atrasou quando o cliente ligou.”

Essa falta de visibilidade cria desperdícios: estoques excessivos, setups desnecessários e prazos descumpridos. Em contraste, na logística, essas situações já são tratadas como exceções monitoradas em tempo real, e não como surpresas inevitáveis.

Como a manufatura pode importar práticas da logística

Para que a manufatura alcance o mesmo nível de controle e previsibilidade, algumas lições da logística são fundamentais:

  • Visibilidade ponta a ponta da produçãoAssim como a logística monitora cada embarque, a fábrica precisa enxergar cada ordem de produção, desde a liberação até a finalização. Com dashboards integrados e atualizações automáticas, gestores podem identificar gargalos antes que eles se tornem crises.
  • Planejamento dinâmico e simulação de cenáriosA logística já simula rotas alternativas em tempo real; a manufatura pode fazer o mesmo com a programação de produção. Com um APS, é possível testar rapidamente diferentes sequenciamentos e escolher aquele que gera menor impacto no prazo. O vídeo a seguir exemplifica bem isso:

  • Integração entre sistemasERP, APS, MES e BI precisam falar a mesma língua. Quando os dados fluem entre sistemas sem barreiras, as decisões deixam de ser baseadas em suposições e passam a ser orientadas por fatos.
  • Indicadores acionáveisNa logística, métricas como OTIF (On Time In Full) guiam as operações. Na manufatura, indicadores como OEE (Overall Equipment Effectiveness) e aderência ao sequenciamento podem assumir esse papel.
  • Automação das respostasEm logística, uma previsão de atraso dispara automaticamente um redirecionamento de rota. Na fábrica, ajustes de programação e avisos ao chão de produção precisam acontecer com a mesma agilidade, reduzindo o tempo gasto com decisões manuais.

Tecnologias que tornam isso possível

Se a logística teve seus WMS (Warehouse Management System) e TMS (Transportation Management System) como marcos, a manufatura conta com soluções específicas que cumprem papel semelhante:

  • APS (Advanced Planning and Scheduling): permite criar planos de produção inteligentes, simular cenários, analisar gargalos e reagir rapidamente a mudanças.
  • MES (Manufacturing Execution System): conecta ERP, chão de fábrica e sistemas de qualidade, garantindo integração de ponta a ponta e eliminando ruídos entre setores.
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Essas plataformas representam para a manufatura o que os sistemas de rastreamento representaram para a logística: a capacidade de enxergar e agir com base em dados confiáveis.

O papel da APS3 nessa transformação

Na APS3, ajudamos as indústrias a importar para a manufatura a eficiência que a logística já domina. Com experiência em MOM (Manufacturing Operations Management) e um portfólio de soluções Siemens, apoiamos empresas a:

  • Mapear seus fluxos de produção e identificar pontos de atraso;
  • Implementar APS e MES para alinhar planejamento e execução;
  • Integrar sistemas e criar visibilidade de ponta a ponta;
  • Reduzir lead times, eliminar desperdícios e aumentar a confiabilidade nas entregas.

O futuro da manufatura passa por aprender com a logística — e quem sair na frente vai transformar não só seus resultados, mas toda a forma como sua fábrica opera.

Acesse o site da APS3 e descubra como acelerar essa transformação com as soluções Siemens.

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