Qual o impacto da gestão ineficiente do mix de produtos na produção industrial?

A gestão eficiente do mix de produtos é uma peça central para o sucesso das operações industriais.

Em um mercado onde prazos apertados e margens de lucro cada vez menores dominam o cenário, negligenciar essa área pode gerar sérios impactos para a competitividade e a sustentabilidade do negócio. A falta de planejamento adequado no mix de produtos não afeta apenas o chão de fábrica, mas também o desempenho financeiro e a percepção do cliente em relação à empresa.

No entanto, muitas indústrias ainda enfrentam dificuldades em lidar com esse desafio. A alocação ineficaz de recursos para diferentes SKUs (Stock Keeping Units), a ausência de critérios claros para priorizar produtos de maior margem e a baixa flexibilidade produtiva são algumas das consequências de uma gestão ineficiente.

Mix de produtos: por que é tão importante?

O mix de produtos pode ser descrito como o portfólio de itens fabricados por uma empresa, abrangendo variações em modelos, tamanhos, cores, funcionalidades e outros atributos. Gerenciar esse mix de forma eficaz é essencial para atender à demanda do mercado, otimizar o uso de recursos e maximizar os lucros.

Suponha o exemplo de uma fábrica de eletrodomésticos que produz geladeiras, fogões e máquinas de lavar. Cada um desses itens possui diferentes modelos, como geladeiras de duas portas ou de porta única, algumas com mais tecnologia e outras mais básicas. A gestão do mix envolve decidir quais produtos serão priorizados, em que quantidades e em qual sequência produtiva.

Quando essa gestão é feita de forma desordenada, as consequências podem ser desastrosas, como atrasos na entrega, custos elevados e perda de competitividade. Além disso, a ausência de uma visão estratégica para priorizar os produtos com maior rentabilidade pode comprometer significativamente a margem de lucro.

Impacto 1: Atrasos nas entregas

Uma das primeiras consequências da gestão ineficiente do mix de produtos é o impacto no OTIF (On-Time In-Full), indicador que mede o percentual de entregas realizadas no prazo e na quantidade certa. Quando a produção não é organizada com base na demanda real e nos prazos prioritários, considerando as características de cada produto sob o ponto de vista produtivo, ocorre um aumento do trabalho em processo (WIP), o que atrasa as entregas. Essa abordagem desconsidera a melhor sequência produtiva, fazendo com que alguns pedidos sejam atendidos em detrimento de outros.

Por exemplo, uma indústria de plásticos pode decidir fabricar itens B e C da curva ABC ao mesmo tempo, ignorando a urgência dos itens A, que possuem maior prioridade. Isso gera um efeito cascata de atrasos, frustrando clientes e impactando a reputação da empresa. Com isso, a empresa não só perde oportunidades de venda, como também precisa lidar com custos adicionais para corrigir os atrasos.

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Impacto 2: Redução da margem de lucro

O foco em produzir SKUs de forma indiscriminada, sem priorizar aqueles que trazem maior margem de lucro, pode prejudicar a saúde financeira da empresa. Na curva ABC, os produtos do tipo A representam os itens mais lucrativos, enquanto os do tipo B e C têm menor impacto na receita. Quando o planejamento desconsidera essa hierarquia e trata todos os produtos de maneira igual, a empresa perde oportunidades de aumentar sua rentabilidade.

Pense em uma empresa automotiva que produz tanto peças de alto valor agregado quanto componentes básicos. Se a produção de itens menos lucrativos consome recursos que poderiam ser usados para fabricar peças premium, a margem geral do negócio será comprometida. Essa abordagem desordenada também gera um excesso de estoques com baixo giro, elevando os custos de armazenagem e reduzindo o fluxo de caixa.

Impacto 3: Baixa flexibilidade produtiva

Outro problema gerado pela gestão inadequada do mix de produtos é a redução da flexibilidade produtiva, essencial para atender a flutuações na demanda. Quando a produção é concentrada em itens menos prioritários, como os de menor margem ou menor volume de vendas, a fábrica precisa esperar a conclusão dessas etapas antes de iniciar a produção de itens mais relevantes.

Isso cria um ciclo de rigidez que dificulta a adaptação da empresa às mudanças do mercado. Imagine um cenário em que há um aumento repentino na demanda por determinado produto devido a uma promoção comercial. Se a linha de produção estiver ocupada com itens de menor relevância, será impossível atender à nova demanda a tempo, resultando em perda de receita e insatisfação dos clientes.

Impacto 4: Aumento do custo operacional

A gestão ineficiente do mix de produtos também eleva os custos operacionais. Processos desorganizados levam a setups frequentes e desnecessários, aumentando o tempo de inatividade das máquinas e o desperdício de materiais. Além disso, a produção desalinhada com a demanda real pode resultar em estoques excessivos, que geram custos adicionais de armazenamento e obsolescência.

Por exemplo, uma fábrica de móveis que produz grandes lotes de cadeiras simples, enquanto a demanda está concentrada em cadeiras de design premium, acumulará estoques que podem não ser vendidos rapidamente. Esse estoque parado representa capital imobilizado, limitando a capacidade de investimento em outras áreas da produção. Além disso, ocupa espaço físico que poderia ser utilizado para armazenar matérias-primas ou outros produtos acabados.

Impacto 5: Perda de competitividade

Empresas que não conseguem gerenciar seu mix de produtos de maneira eficiente acabam perdendo espaço no mercado para concorrentes mais ágeis e organizados. Enquanto outras empresas utilizam ferramentas avançadas para planejar sua produção com base em dados precisos e em tempo real, as que mantêm métodos tradicionais enfrentam dificuldades para se adaptar às demandas do mercado.

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Um exemplo prático é o de uma indústria de alimentos que vê seus concorrentes ajustarem rapidamente sua produção para atender às tendências sazonais, enquanto ela ainda luta para planejar seus lotes com base em planilhas manuais e dados desatualizados. A falta de flexibilidade e agilidade coloca essa empresa em desvantagem, prejudicando sua participação de mercado.

Soluções para melhorar a gestão do mix de produtos

Uma abordagem estratégica para gerenciar o mix de produtos requer a integração de ferramentas tecnológicas como o Opcenter APS, que oferece recursos avançados de planejamento e programação. Essa solução permite que as empresas analisem dados em tempo real, priorizem SKUs com base em critérios como margem de lucro e demanda, e criem sequências produtivas mais eficientes.

Com o suporte do APS, é possível evitar gargalos, reduzir custos operacionais e aumentar a flexibilidade, garantindo que a produção atenda às necessidades do mercado de forma mais ágil e rentável. A utilização dessa tecnologia transforma a gestão do mix de produtos em um diferencial competitivo, permitindo que as empresas mantenham sua relevância em mercados cada vez mais exigentes.

A APS3 como parceira para otimização da produção

A APS3 é especialista em soluções digitais para o planejamento e a programação da produção, oferecendo suporte técnico e estratégico na implementação do Opcenter APS. Com uma abordagem personalizada, a APS3 ajuda as empresas a superar desafios, otimizar seus processos e alcançar resultados mais consistentes.

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