Indicadores da programação da produção: Como eles impactam seu nível de serviço?

No cenário industrial atual, a eficiência operacional é um fator decisivo para o sucesso de qualquer empresa.

Uma produção bem organizada depende diretamente de indicadores que permitem acompanhar o desempenho de cada etapa, ajustando processos conforme necessário para atender às expectativas do cliente.

Indicadores de programação de produção, como OTIF (On Time in Full), lead time e tempo de setup, são fundamentais para garantir que uma empresa entregue produtos com qualidade, no prazo e sem comprometer seus recursos. A gestão desses indicadores afeta diretamente os níveis de serviço, contribuindo para a satisfação do cliente e a sustentabilidade da operação.

O papel dos indicadores de planejamento na indústria

Os indicadores de programação da produção não apenas medem o desempenho dos processos, mas também fornecem insights que permitem antecipar problemas e promover melhorias contínuas.

Em empresas que lidam com grandes volumes de produção e uma variada gama de produtos, a falta de monitoramento adequado pode resultar em desorganização, atrasos e aumento de custos operacionais. Além disso, esses indicadores impactam diretamente o nível de serviço da empresa, refletindo a sua capacidade de atender aos clientes de maneira eficiente e confiável.

A seguir, abordaremos alguns dos principais indicadores de programação da produção e sua relevância no planejamento e controle dos processos industriais.

OTIF (On Time in Full)

O OTIF é um dos indicadores mais utilizados para medir a eficiência no atendimento ao cliente. Basicamente, ele verifica se a entrega foi feita no prazo acordado (On Time) e com a quantidade correta (In Full).

Um índice alto de OTIF reflete um bom nível de serviço, indicando que a empresa é capaz de cumprir seus compromissos e atender às expectativas dos clientes. Por outro lado, um OTIF baixo pode sinalizar problemas na programação da produção ou na logística.

Cálculo do OTIF:

O cálculo do OTIF é simples, mas extremamente eficaz. Divide-se o número de entregas realizadas no prazo e na quantidade correta pelo total de entregas programadas, multiplicando o resultado por 100 para obter o percentual.

OTIF (%) = (Número de entregas no prazo e na quantidade correta / Total de entregas programadas) x 100

Por exemplo, se sua empresa planejou 100 entregas em um mês e 90 delas foram feitas no prazo e na quantidade correta, o OTIF será de 90%. Isso demonstra uma alta eficiência, mas indica que ainda há margem para melhoria.

Lead time

O lead time mede o tempo total que a empresa leva para produzir e entregar um produto. Ele considera desde o recebimento da matéria-prima até a entrega final ao cliente. Esse indicador está diretamente ligado à eficiência interna. Quanto menor o lead time, maior a agilidade da produção. No entanto, reduzir esse tempo exige um equilíbrio delicado entre a programação da produção, o uso de recursos e a qualidade dos fornecimentos.

Reduzir o lead time pode parecer simples à primeira vista, mas envolve toda a cadeia de produção. Atrasos em qualquer uma das etapas — como fornecimento de materiais, setup de máquinas ou finalização do produto — impactam o tempo total, exigindo uma atenção constante ao planejamento e execução.

Cálculo do lead time:

Para calcular o lead time, é necessário medir o tempo total desde o recebimento do pedido até a entrega do produto ao cliente. O lead time inclui o tempo de espera, o tempo de processamento e o tempo de transporte. A fórmula básica é:

Lead time = Tempo de processamento + Tempo de espera + Tempo de transporte

Por exemplo, em uma fábrica de móveis, se o processamento de um pedido demora 5 dias, o tempo de espera é de 2 dias (aguardando matéria-prima), e o transporte até o cliente leva mais 3 dias, o lead time será de 10 dias. Reduzir esse tempo pode trazer grandes benefícios, especialmente em setores onde a agilidade é um diferencial competitivo.

Tempo de Setup

Outro indicador essencial é o tempo de setup, que representa o período necessário para preparar máquinas ou processos para uma nova produção.

Em indústrias com alta variedade de produtos, a troca de setup é frequente, e esse tempo pode consumir uma parte significativa da capacidade produtiva. Minimizar o tempo de setup é fundamental para aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais.

É importante ressaltar que o tempo de setup mede apenas o período efetivo necessário para preparar a máquina, excluindo o tempo de espera entre o fim de um lote e o início da preparação para o próximo. Isso significa que, se houver um intervalo de espera entre a finalização de um lote e o início do ajuste, esse período não deve ser incluído no cálculo do setup.

Como os indicadores impactam os níveis de serviço

Compreender o cálculo dos principais indicadores de produção é o primeiro passo, mas seu real impacto está na capacidade de influenciar diretamente o nível de serviço oferecido pela empresa.

O nível de serviço reflete o quanto uma organização é capaz de atender às expectativas de seus clientes em termos de prazo, quantidade e qualidade dos produtos entregues. A falta de monitoramento e otimização desses indicadores pode comprometer a eficiência operacional e, consequentemente, a satisfação do cliente.

Por exemplo, um OTIF baixo indica falhas no cumprimento de prazos e na entrega de pedidos completos, o que pode não só gerar devoluções, mas também afetar contratos futuros. Quando o lead time é extenso, empresas perdem oportunidades de conquistar clientes que priorizam agilidade nas entregas. Já um tempo de setup elevado limita a capacidade da fábrica de lidar com múltiplos pedidos em um curto intervalo de tempo, reduzindo a flexibilidade da produção e, muitas vezes, a competitividade da empresa.

Gerenciar o nível de serviço vai muito além de simplesmente cumprir prazos. Ele envolve o uso eficiente de recursos para garantir que os produtos cheguem ao cliente da maneira esperada, no tempo certo e na quantidade correta. Qualquer falha em indicadores como OTIF, lead time ou setup pode levar a atrasos, erros na produção ou custos operacionais elevados, todos esses elementos prejudiciais à sustentabilidade e ao sucesso a longo prazo.

Por outro lado, empresas que conseguem manter o controle e otimizar esses processos ganham a confiança de seus clientes, fortalecendo sua reputação no mercado. Além disso, uma produção otimizada resulta em menos desperdício de tempo e recursos, o que não só melhora a margem financeira da empresa, como também contribui para sua sustentabilidade.

Como o Opcenter APS pode ajudar na programação da produção

Gerenciar indicadores como OTIF, lead time e tempo de setup de maneira eficiente exige mais do que cálculos manuais ou planilhas. É aqui que entra o Opcenter APS, uma solução desenvolvida pela Siemens e oferecida pela APS3, que atua como uma ferramenta de planejamento e programação avançado de produção. Com o Opcenter APS, empresas conseguem automatizar boa parte da gestão dos seus indicadores, garantindo que o planejamento da produção seja o mais preciso possível.

Uma das principais vantagens do Opcenter APS é a sua capacidade de integrar diferentes áreas da empresa, como estoque, produção e logística. Isso possibilita uma visão completa do processo produtivo, permitindo ajustes em tempo real e otimizando cada etapa da produção.

Por exemplo, se houver um aumento inesperado na demanda de um produto, o sistema pode reprogramar a produção para atender a essa demanda sem comprometer outros pedidos.

Além disso, o Opcenter APS permite que a empresa simule diferentes cenários de produção, ajudando a prever possíveis gargalos e ajustar o planejamento antes que o problema se torne uma realidade. Isso significa que a empresa consegue gerenciar melhor seu lead time, reduzir o tempo de setup e melhorar seu OTIF.

Sustentabilidade e eficiência com o Opcenter APS

O uso de soluções como o Opcenter APS vai além da automação da produção; ele contribui diretamente para a sustentabilidade da empresa. Ao otimizar processos, reduzir desperdícios e melhorar a alocação de recursos, a empresa não apenas diminui seus custos operacionais, mas também reduz seu impacto ambiental.

Um planejamento de produção eficiente significa menos desperdício de matéria-prima, menor consumo de energia e uma cadeia produtiva mais sustentável.

Além disso, empresas que conseguem atingir altos níveis de eficiência e sustentabilidade ganham uma vantagem competitiva no mercado, pois os clientes estão cada vez mais atentos a essas questões. Portanto, investir em ferramentas como o Opcenter APS é também investir no futuro da empresa.