Regras de sequenciamento: como o APS define a sequência das ordens

Entenda a lógica por trás das decisões que mantêm a fábrica em movimento.

Em um ambiente fabril onde cada minuto de máquina parada representa custo, e cada atraso de entrega pode comprometer um contrato, a ordem em que as operações acontecem deixa de ser apenas uma questão operacional: torna-se uma decisão estratégica.

É nesse ponto que entra o APS (Advanced Planning and Scheduling) — sistema avançado de planejamento e programação da produção — e, em especial, um de seus recursos mais poderosos: as regras de sequenciamento.

Essas regras são o “cérebro lógico” do planejamento. Elas definem como as ordens de produção serão distribuídas ao longo do tempo, em quais recursos serão executadas e em que sequência. A forma como essas decisões são tomadas tem impacto direto sobre prazos, custos, produtividade e uso dos recursos.

No Opcenter APS da Siemens, as regras de sequenciamento podem ser configuradas de maneira altamente flexível, permitindo que cada indústria defina sua própria lógica de priorização — seja para reduzir setups, maximizar a utilização das máquinas, atender prazos críticos ou equilibrar gargalos entre linhas.

O que são regras de sequenciamento no APS

De maneira simples, uma regra de sequenciamento é o conjunto de critérios que o sistema utiliza para decidir a ordem em que as operações devem ocorrer dentro de um recurso (máquina, célula, linha, centro de trabalho).

Em um cenário sem APS, essa decisão costuma depender da experiência do planejador. Ele analisa os pedidos, as restrições de capacidade, o estoque de matéria-prima e define manualmente o que deve ser produzido primeiro. Mas esse processo é demorado, subjetivo e pouco responsivo a mudanças.

O APS automatiza essa lógica com base em algoritmos inteligentes. Cada regra aplica um raciocínio específico — por exemplo, “produzir primeiro quem tem data de entrega mais próxima” ou “ordenar as operações para minimizar setups”.

Essas regras são parametrizáveis, e o Opcenter APS oferece diversas opções já prontas para uso, mas também permite personalizações complexas para atender às necessidades de cada operação industrial.

Por que o sequenciamento é tão importante?

Em um ambiente real de manufatura, dezenas ou centenas de ordens competem simultaneamente por recursos limitados. A escolha da sequência errada pode gerar tempos ociosos, retrabalhos, acúmulo de WIP (Work In Progress) e atrasos.

Um exemplo clássico: imagine uma indústria metalmecânica com cinco tornos e diversas ordens para produzir peças com diâmetros e materiais distintos. Se o planejamento não considerar a sequência ideal, o operador precisará trocar frequentemente ferramentas e regulagens — gerando perdas significativas de tempo de setup.

Ao aplicar uma regra de sequenciamento como “minimização de setup”, o APS reordena automaticamente as operações para que produções semelhantes sejam agrupadas, reduzindo trocas e maximizando o fluxo contínuo.

Ou seja, o sequenciamento não é apenas uma questão de ordem: é uma ferramenta de otimização da capacidade produtiva e de cumprimento de prazos.

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Regras de sequenciamento out-of-the-box (funcionalidades prontas par uso) do Opcenter APS

O Opcenter APS da Siemens oferece uma série de regras de sequenciamento prontas para uso, cada uma projetada para atender a diferentes estratégias de produção. Essas regras podem ser aplicadas individualmente ou combinadas, formando algoritmos híbridos que refletem a realidade da fábrica.

A seguir, algumas das principais regras disponíveis:

1. Sequenciamento para frente (Forward Scheduling)

Essa regra sequencia as operações a partir do momento atual em direção ao futuro. O sistema analisa as ordens disponíveis e preenche as janelas de capacidade a partir de agora, até onde o horizonte de planejamento permitir.
É muito utilizada em indústrias make-to-stock ou em linhas contínuas, nas quais o objetivo é manter o fluxo constante e a máquina sempre ocupada. A vantagem é a previsibilidade: o sistema mostra com clareza quando cada operação terminará, permitindo sincronizar processos posteriores.

2. Sequenciamento para trás (Backward Scheduling)

Nesse caso, o APS parte da data de entrega prometida e calcula retroativamente quando cada operação deve começar para que o produto seja concluído a tempo.
É uma abordagem típica de ambientes make-to-order, onde o foco está em cumprir prazos com o mínimo de antecipação.
O benefício está em evitar estoques intermediários e liberar espaço produtivo apenas quando necessário. Essa lógica é comum em fábricas de equipamentos sob encomenda, onde cada pedido tem características únicas.

3. Sequenciamento por prioridade (Priority Rule)

Cada ordem recebe um peso de importância — que pode ser definido pelo cliente, pelo valor do contrato, pela margem de lucro ou por fatores estratégicos.
O APS utiliza esses pesos para ordenar automaticamente as operações, garantindo que os recursos atendam primeiro as ordens mais relevantes para o negócio.
Essa regra é essencial em empresas com carteira de pedidos diversificada, onde nem todas as demandas têm o mesmo impacto.

4. Sequenciamento por data de entrega (Due Date)

Essa regra organiza as ordens com base na data de entrega ao cliente, priorizando quem precisa sair primeiro. É uma abordagem direta e muito usada em setores como automotivo, eletroeletrônico e bens de consumo, onde os contratos exigem cumprimento rígido de prazos.

O APS organiza as operações de modo que cada pedido respeite seu SLA (Service Level Agreement), minimizando o risco de atraso.

5. Minimização de setup (Setup Minimization)

Uma das mais valiosas para ambientes com alta variedade de produtos. Essa regra busca reduzir o tempo total de setup, agrupando ordens que compartilham características semelhantes — cor, material, espessura, tipo de molde ou ferramenta. Ao evitar trocas frequentes, o sistema aumenta a eficiência global (OEE) e reduz o tempo improdutivo entre lotes.

É muito aplicada em indústrias de transformação (plástico, metalmecânica, têxtil), onde o setup representa uma parte significativa do tempo produtivo.

Quando as regras prontas não são suficientes

Embora as regras “out-of-the-box” do Opcenter APS sejam extremamente robustas, muitas indústrias possuem requisitos específicos que exigem lógicas personalizadas.
A Siemens projetou o APS com arquitetura aberta, permitindo que o sistema seja configurado com regras customizadas, desenvolvidas sob medida para cada cliente.

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A APS3, parceira oficial da Siemens no Brasil, tem larga experiência na criação e adaptação dessas regras para diferentes segmentos — metalmecânico, químico, alimentício, farmacêutico, plástico e eletroeletrônico.

Esse tipo de personalização transforma o APS em uma extensão da estratégia de negócio. Em vez de seguir uma lógica genérica, o sistema passa a refletir as prioridades reais da empresa: reduzir custos logísticos, garantir lotes mínimos, balancear turnos, evitar setups entre famílias de cor, entre outras.

O poder da personalização no Opcenter APS

O grande diferencial do Opcenter APS é a possibilidade de combinar e personalizar regras. Por exemplo, é possível criar uma lógica híbrida que primeiro minimize setups, depois priorize datas de entrega e, dentro desse conjunto, organize as ordens de trás para frente.

Essa flexibilidade permite que o sistema reflita com exatidão a realidade operacional e estratégica de cada indústria, considerando restrições, políticas internas e metas corporativas.

APS3 e Siemens: excelência em sequenciamento da produção

Ao longo de mais de uma década de atuação, a APS3 tem ajudado empresas de todo o Brasil a otimizar seu planejamento e programação da produção com o Opcenter APS, solução da Siemens reconhecida globalmente pela precisão, flexibilidade e robustez de seus algoritmos de sequenciamento.

Combinando tecnologia de ponta e conhecimento de chão de fábrica, a APS3 entrega projetos que transformam dados em decisões inteligentes, reduzindo lead times, eliminando gargalos e garantindo que cada ordem entre na sequência certa — na hora certa.

Afinal, planejar bem é mais do que organizar tarefas: é orquestrar a fábrica para que ela funcione em perfeita harmonia, mesmo diante de mudanças, imprevistos e pressões do mercado.

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