A inovação na indústria da manufatura anda a passos largos, e traz constantes quebras de paradigmas. Esse processo vem evoluindo e se desenvolvendo, especialmente nos últimos 250 anos.
Tudo começou entre 1780 e 1840, quando ocorreu a primeira revolução industrial, provocada pela construção de rodovias e o advento da máquina a vapor, resultando no início da produção mecânica. Mais à frente, entre o final do século XIX e início do século XX, com a invenção da eletricidade e a criação da linha de montagem, configurou-se a segunda revolução industrial, possibilitando a produção em massa¹. A terceira revolução industrial, por sua vez, ocorreu por volta dos anos 70 e representa a utilização de eletrônicos e da tecnologia da informação para a obtenção de maior automação nos processos de manufatura².
AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS³
Esse processo evolutivo permitiu que o mundo da manufatura chegasse até onde nos encontrávamos há pouco tempo. Porém, com a evolução da capacidade de processamento dos computadores, sistemas embarcados e diversos outros elementos que contribuem para o aumento da automatização das fábricas, novos rumos vêm sendo tomados de modo a modificar o formato industrial como conhecemos. O que podemos esperar então desse novo formato?
O princípio do uso de tais tecnologias é permitir que o trabalho mecânico que fazemos hoje possa ser feito majoritariamente pela própria estrutura fabril. Com isso, a adoção de tais tecnologias traz ganhos como:
– períodos menores de desenvolvimento de produto;
– individualização na demanda;
– flexibilização da produção;
– descentralização na tomada de decisões;
– eficiência econômica e ecológica de recursos;
– sistemas modulares e eficientes de produção, caracterizados por cenários onde os produtos controlam seus próprios processos de manufatura.
Dessa forma, governos e indústrias ao redor do mundo têm desenvolvido ações para que esses benefícios possam se tornar tangíveis.
Em 2010 a Alemanha lançou o plano de desenvolvimento tecnológico chamado “High-Tech Strategy 2020”, que busca fortalecer a parceria entre indústria e ciência, bem como melhorar as condições para a inovação tecnológica do país. Seguindo o exemplo alemão, outros países lançaram programas de desenvolvimento tecnológico para poder formalizar e direcionar melhor esse processo:
INICIATIVAS POR PAÍS
Uma vez que cada país apresenta uma interpretação distinta desse processo evolutivo, há um maior uso dos diversos termos associados à indústria 4.0: sistemas embarcados, sistemas ciber-físicos, internet das coisas, big data, cloud computing, gêmeo digital, etc. A associação dessa miríade de termos na área da manufatura ainda promete muitas novidades nos próximos anos. Até lá, nos resta trabalhar duro para que haja cada vez mais afinidade entre a indústria e o conhecimento científico para melhorar a qualidade de vida de forma sustentável.
REFERÊNCIAS
1SCHWAB, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: EDIPRO, 2016.
2ACATECH, National Academy of Science and Engineering. Recommendations for implementing the strategic initiative INDUSTRIE 4.0. 2013. Disponível em: <http://bit.ly/2JuEHFQ> Acesso em: 04 maio 2017.
3BRASIL, Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. ABDI (Agenda Brasileira para a Indústria 4.0). 2017. Disponível em: <http://www.industria40.gov.br/>. Acesso em 16/05/2019
4GTAI, German Trade & Invest, INDUSTRIE 4.0: Smart manufacturing for the future. 2014. Disponível em: <http://bit.ly/2XfWHau>. Acesso em: 04 maio 2017.
5Liao, Y. et al. (2017), “Past Present and future of Industry 4.0 – a systematic literature review and research agenda proposal”, International Journal of Production Research, Vol. 55, No. 12, pp. 3609–29.
Postado por Gustavo Bernardi Pereira em 20/05/2019